Dicas Véterinarias



CASCOS: CUIDADOS CONSTANTES NA BASE
DO CAVALO GARANTEM SAÚDE E FUNÇÃO 
A boa conformação da pata é essencial para as atividades normais do cavalo. Não importa o quanto a conformação das outras partes seja boa, se a pata for fraca o cavalo não será um animal útil. 

Há um ditado que diz: " Sem ranilha não há pata - sem pata não há cavalo". Para ter uma boa conformação, um cavalo deve ter uma conformação dos membros razoavelmente boa, visto que a pata reflete a má conformação dos membros. Existe muita variação na qualidade de estrutura das patas dos cavalos.
A parede do casco deve ser espessa para suportar o peso do cavalo, ser resistente, flexível e possuir qualidades normais de crescimento. Deve ser mais espesas na pinça e adelgaçar-se gradualmente em direção aos talões, mostrar desgaste igual nos lados medial e lateral. A sola também deve ser espessa o suficiente para resistir a irregularidades do solo. Deve ser ligeiramente côncava de medial para lateral e da pinça para os talões. Não deve haver nenhum contato primário entre o solo e a sola, pois ela não é uma estrutura que suporta o peso. As barras devem apresentar bom tamanho e a ranilha dever ser grande e bem desenvolvida, com um bom sulco central, ter consistência e elasticidade normais e não apresentar umidade; deve dividir simetricamente a sola em duas partes e seu ápice deve apontar para o centro da pinça. A pata dianteira deve se circular e larga nos talões; o tamanho e a forma dos talões devem corresponder ao tamanho e a foram da pinça. A pata traseira deve apresentar uma aparência mais ponteaguda na pinça e a sola geralmente mais côncava que a dianteira.
O eixo da pata, visto de frente e de perfil, é uma linha imaginária que passa através do centro da quartela. Esta linha deve dividir as falanges proximal e média em partes iguais. Visto de perfil, deve ser contínuo com o eixo da quartela e seguir o mesmo ângulo. O eixo normal das patas dianteiras deve ter um ângulo de 45° a 50°, a das traseiras de 50° a 55°.
Uma pata nivelada indica que as paredes medial e lateral são do mesmo comprimento. Para determinar se uma pata está nivelada o membro deve ser seguro de modo que a superfície de contato com o solo possa ser vista ao longo do eixo longitudinal. Uma linha imaginária dividindo o eixo do osso da canela, boleto e quartela cortada por uma linha transversal que toque a superfície de contato com o solo de cada talão deve resultar em ângulos de 90° na intersecção. Uma pata nivelada indica que o animal está desgastando uniformemente o casco e o movimento da pata em suspensão deve descrever um arco normal e regular, com o cavalo tocando o chão uniformemente sobre toda a pata. Os talões devem arriscar logo antes da pinça e o centro do peso deve ser localizado na ponta da ranilha. Na pata normal, o casco atinge o pico do arco de suspensão quando passa pelo membro de apoio oposto. 

RECORTE DE CASCO NORMAL
O recorte dos cascos deve ser realizado a cada quatro a cinco semanas e deve-se reposicionar as ferraduras dos animais que as utilizam também com a mesma freqüência.
O objetivo da aparação é tornar o formato, o ângulo do eixo e o nível da pata tão próximos do normal quanto possível. No entanto uma aparação muito entusiástica que objetiva criar um eixo da pata perfeita é desaconselhada, pois qualquer alteração radical poder provocar alterações patológicas.
O caso deve ser recortado de modo que a quartela e a pata fiquem com seus respectivos eixos formando uma linha contínua.
O cavalo deve ser observado em repouso e em movimento , para melhor determinar os ângulos da pata mais adequados para cada animal. A finalidade deste exame é avaliar a forma da pata e da sua relação com o membro em repouso e em movimento. Além disso deve-se observar se a pata está equilibrada no eixo correto.
Se for lembrado do que cada cavalo é um caso particular e possui a sua maneira própria de se locomover, que está diretamente relacionada a conformação, torna-se evidente que as práticas de recorte e ferraçào devem ser modificadas para se adaptarem a cada caso. Após a observação, a parte deve ser limpa com um limpador de cascos. As porções mortas da sola e ranilha devem ser cortadas com a rineta. Realiza-se apenas cortes superfi ciais, pois a ranilha normal e as camadas protetoras da sola não devem ser removidas. Mantendo-se em mente os ângulos adequados para este cavalo em particular, a parede do casco deve ser aparada com o torquês . Normalmente o recorte é iniciado em um talão e termina no outro, ou recortam-se os talões em direção a pinça.
A parede normalmente deve ser aparada até o nível da ranilha, mas nunca além da sola. Deve-se estar bem atento ao ângulo da torquês, evitando que se criem irregularidades na superfície da parede do casco que se apoia no solo. As barras devem ser aparadas apenas até o nível da parede do casco na região dos talões e não removidas. Deve-se utilizar uma grosa para nivelar a superfície inferior da pata alisando-a após a aparação correta A grosa deve ser segura de modo plano e nivelado, para que não se rebaixe uma parede mais do que a outra. A abertura dos talões ou corta-se a parte larga da ranilha entre a barra e a própria ranilha, pode ser feita. O recorte da ranilha nesta região é necessário para que ela limpe a si mesma, o que auxilia na prevenção de infecções da mesma. As bordas externas da parede do casco devem ser grosadas em cunha até o limite externo da linha branca , nas paredes do casco mais grossas, para diminuir a probabilidade de fendas ou rachaduras da parede do casco.
É também importante que se preste atenção ao comprimento da parede do casco. Esta distância medida auxiliará a manutenção do mesmo comprimento da pinça da pata oposta ou membros pélvicos.
RECORTE CORRETIVO
A aparação e a ferração corretivas são considerações importantes no tratamento das claudicações. Apesar de uma anormalidade no andar ou casco mal conformado poderem não ser a causa direta do problema, devem ser seriamente considerados como fatores contribuintes; se não forem reconhecidos, pode não se obter o benefício do tratamento. Apesar das práticas inadequadas da recorte e ferração poderem resultar em anormalidades na andadura, a maioria destas anormalidades são provavelmente devido à mal conformação do membro.
Se um cavalo deve manter uma andadura normal, suas patas devem ser equilibradas e em alinhamento com o corpoquando deixam o solo. O ferrador deve entender a estrutura da pata e do membro do cavalo, além da açãodo membro e da pata em suspensão antes de poder aplicar medidas correticas bem sucedidas. Cada cavalo deve ser considerado individualmente, para selecionar-se o tipo de ferradura e procedimento de recorte que irão melhorar uma andadura defei-tuosa.Também é importante perceber-se que as andaduras defeituosas de cavalos adultos, raramente podem ser corrigidas totlmentes, mas é feitta uma tentativa em melhorá-las, alternando-as com os bons procedimentos de aparação e ferração. Com o tempo e a persistência estas modificações, podem permitir que o cavalo atinja seu pleno potencial.
Na maioria dos casos, os cavalos com conformação e andadura falhas necessitam ter suas patas niveladas a cada aparação, mesmo quando estavam ferrados.
Isto ocorre porque a distribuição de igual peso alteram a taxa de crescimento da parede do casco o suficiente para criar um desequilíbrio.
As alterações radicais podem provar modificações patológicas no membro. No recorte corretivo a observação atenta da andadura e modo do cavalo se locomover dão as pistas necessárias para a correção do problema. Alguns defeitos, no entanto são tão graves que não podem ser corrigidos.
As medidas corretivas devem se iniciar com o recorte dos cascos do potro aos dois meses de idade, realizados a cada duas semanas. Os defeitos podem ser corrigidos até os 20 meses de idade. As andaduras defeituosas dso cavalos adultos não podem ser corrigidas. Podem apenas ser modificadas e melhoradas.
Na aparação corretiva,algumas vezes é desnecessário apenas rebaixar as regiões que cresceram demais como resultado de mal conformação. O objetivo do recorte corretivo é aparar o casco até que esteja nivelado em equilíbrio e com o eixo pata-quartela normal do cavalo.
Alguns autores recomendam que se apare a pata do cavalo até que se apóie uniformemente no solo. Um cavalo aparado , muitas vezes, não possui uma pata nivelada. A teoria em se aparar um cavalo de modo que o desgaste sua pata ou ferradura uniformente é reduzir a concussão à pata.
NIVELAMENTO
Tornar a pinça regular e nivelar a pata dos cavalos jovens ajuda os mesmos a iniciarem os passos pelo meio da pinça. Observando-se o animal andar, pode-se determinar como a pata toca o solo. Se a pata for apoiada desigualmente , a regiào da pata que suporta mais peso quando a pata atinge o solo estará mais desgastada, enquantto as outras regiões da parede do casco estarão comprimidas devendo, portanto, ser rebaixadas. Qualquer porção da parede que comece a se abrir, separando-se, devido a mal conformação, deve ser grosada para fora da parede e aparada até o nível adequado. Se a parede é grosada no lado de fora, tende a tomar um formato mais normal.
O veterinário, através de seu conhecimento da anatomia e fisiologia do membro,está bem qualificado, na maioria dos cascos, para recomendar o recorte e a ferração corretiva.
O estudo dos principios básicos de recorte e ferração,além da aplicação das leis, normalmente indicam um método eficaz de correção.
Apesar do veterinário estar bem qualificado para recomendar um tipo de correção, ele deve tentar estabelecer uma boa comunicação como ferrador.

DOENÇAS CONTAGIOSAS
Rinopneumonite eqüina
Também conhecida por "aborto à vírus", é uma doença viral causada por herpes-vírus, transmitida por via respiratória e alimentos contaminados. Como conseqüência, podem ocorrer abortos, doenças respiratórias (faringite associada com hiperplasia folicular linfóide, broncopneunomia viral), doenças venéreas e paralisias. Prevenção:vacinar as reprodutoras no quinto, sétimo e nono mês de gestação; animais jovens devem receber a primeira vacinação após 60 dias do nascimento, repetindo a mesma no intervalo de duas a quatro semanas. Nos demais animais, manter uma vacinação semestral.
Influênza eqüina 
Provocada por vírus, a doença mais conhecida por "gripe", pode ocasionar tosse seca, hipertermia, descarga nasal, miosite (inflamação muscular) e infecções bacterianas secundárias (pneumonia, etc...). Conforme Wortmann, a evolução desses problemas poder deixar graves seqüelas, como doença pulmonar obstrutiva crônica que compromete o desempenho atlético do animal. 
Prevenção
: Vacinação primária, repetindo a mesma com intervalo de duas a quatro semanas e, depois, vacinar a cada seis meses.
Tétano 
Doença causada pela bactéria Clostridium tetani que produz toxinas que ativam o nível tecidual local e o nível nervoso, podendo ficar incubado por meses. A forma mais comum de contágio, segundo o veterinário, é por ferimentos ou lesões cutâneas e lesões de mucosas. O animal apresenta vários sinais clínicos associados à excessiva estimulação do sistema nervoso central, sendo os mais comuns a hiperexitabilidade, o prolapso de terceira pálpebra, os espasmos e o enrigecimento muscular. "O agravamento destes fatores pode causar a morte", informa Wortmann 
Prevenção
: Além da vacinação primária, com repetição após duas a quatro semanas, vacinar semestralmente. Wortmann observa que há vacinas que associam a prevenção contra o tétano, a influenza eqüina e a rinopneumonite eqüina.
Encefalomielite eqüina 
Esta doença causada por vírus é transmitida por mosquitos de vários gêneros. As formas mais comuns da doença são denominadas de "leste", "oeste" e "venezuelana". Como geralmente as vacinas são polivalentes e o diagnóstico diferencial destas formas é muito específico, Wortmann explica que os sinais clínicos em cavalos com a encefalomielite, de forma conjunta, são hipertermia, anorexia, dentes cerrados, andar em círculos, disfunção do nervo cranial, excitação, depressão, sonolência, nistagmo, disfagia, sendo que os sobreviventes ficam com seqüelas. Quando afeta o plantel, a mortalidade pode ser de 75% a 98%. Wortmann observa que esta doença acontece em forma de surtos, principalmente nos meses quentes do ano, devido à maior proliferação de mosquitos. Por ser uma zoonose, tem importância na saúde pública, pois atinge o homem, principalmente a forma "oeste".
Prevenção: controle de vetores; cuidados no manuseio de material infectado pela doença e vacinação primária, repetida após duas a quatro semanas e depois, de forma semestral ou 30 dias antes da época dos mosquitos.
Adenite eqüina 
Também denominada "garrotilho", é a doença respiratória mais conhecida, mas é também a mais confundida com outras doenças respiratórias que afetam os eqüinos. Causada pela bactéria Streptococus eqüi, invade primeiro as mucosas oral e da nasofaringe, causando faringite e rinite aguda. Normalmente desenvolve abcessos nos linfonodos retrofaringeano e sub-mandibular, causando anorexia, hipertermia e descarga nasal purulenta. De acordo com Luciano Wortmann, podem ocorrer complicações, evoluindo indesejavelmente para infecções das bolsas guturais, pneumonia por aspiração, entre outras conseqüências, podendo, em casos mais graves, levar o animal à morte.
Prevenção: Vacinação primária repetida após duas a quatro semanas e depois a cada semestre. O veterinário observa que com a vacinação podem ocorrer reações indesejáveis no animal, como aumento de volume localizado, abscessos e até reações sistêmicas severas em animais previamente vacinados ou anteriormente expostos à doença.
RaivaDoença viral transmitida pelo morcego. Os cavalos afetados podem apresentar uma grande variedade de sinais clínicos, como cólica, claudicação, atoxia (falta de equilíbrio), disúria, espasmos musculares, disfagia e déficit de nervos periféricos, como a paralisia do nervo radial. O agravamento da doença pode levar à morte.
Prevenção: Vacinação dos animais em regiões com risco de ocorrer a doença, começando pela primária, repetida no intervalo de duas a quatro semanas, e depois anulamente.
Rhodococcus eqüina
Doença que ocorre em haras e centros de criação, causada por bactéria, onde a transmissão se dá por ambientes e materiais infectados. Quando atinge o organismo, esta bactéria causa uma broncopneumonia supurativa e abscessos pulmonares em potros novos. A mortalidade, conforme Wortmann, pode ser superior a 80% e a morbidade gira em torno de 5 a 17%, podendo haver variações. Prevenção: Wortmann recomenda a desinfecção de ambientes, como baias, cocheiras (em locais em que há alta incidência pode-se optar por não estabular os animais, nem para parição); vacinação de animais jovens e éguas de cria; e manter doadoras hiper-imunizadas que servirão de fonte de plasma para tratamento profilático em potros recém-nascidos.
Leptospirose 
Também conhecida popularmente como a "doença do rato", é causada pela bactéria Leptospira spp., que apresenta diversos sorotipos. Wortmann explica que as leptospiras penetram no organismo através de ferimentos na pele ou nas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva. Com possibilidade menor de freqüência, há possibilidade de transmissão venérea e via transplacental. Quando ocorre, os sinais clínicos são a hipotermia, depressão, anorexia, podendo haver icterícia oftálmica periódica. A doença pode levar à cegueira, ao aborto (mais comum a partir de sexto mês de gestação) e à orquite, levando os garanhões à esterilidade.
Prevenção: Vacinação primária, repetida depois de duas a quatro semanas e, posteriormente, vacinar de quatro em quatro ou de seis em seis meses. Wortmann observa que deve realizar-se exames sorológicos de uma amostragem dos animais para identificar os sorotipos que estão presentes na propriedade. 

Travagem. Uma doença ou mito?



Travagem. Uma doença ou mito?
Por Dr. Alysson Leônidas

Brasil chamados também de favas ou lampas é MITO.

A travagem é um termo muito utilizado por pessoas que lidam com cavalos, denominam travagem o que se referem a palatite ( inflamação do palato duro nos eqüinos ) .
 Essas pessoas relacionam a travagem ao emagrecimento ea dificuldade e apreensão e de engorda dos cavalos , e isso não é bem assim, normalmente isso são sintomas de problemas dentários ou outras doenças sistêmicas .

"Os leigos denominam travagem quando observam o aumento do palato, muitas vezes ultrapassando a altura dos incisivo superiores".
A principio travagem = palatite= inflamação do palato .
A palatite existe, é a inflamação do palato, é um tipo de afecção pouco comum .

Para que seja caracterizado inflamação por definição são necessários 4 sinas cardeais .
1-Calor: Perceptível nas superfícies. Decorre da hiperemia e do aumento do metabolismo local;
2-Rubor: Hiperemia /Reflexo axônico (diminuição de impulsos vasoconstrictores);
3-Tumor: Decorre do aumento da permeabilidade vascular (edema). Pode determinar aumento do volume hídrico local em até 5 ou 7 vezes.
4-Dor: Causada pela irritação

Se o palato não apresentar esses sinais não se trata de uma inflamação , não sendo uma inflamação não é uma palatite não sendo palatite respectivamente não é travagem. 
A grande confusão acontece quando o leigo observa o palato ultrapassando a altura dos incisivos e acredita que o cavalo esta com travagem ou palatite.

Esse aumento de tamanho é na maioria das vezes somente um edema e é encontrado em muitos cavalos especialmente em algumas fases da vida quando ocorre atraso das trocas dos dentes de decíduos (de leite ) pelos dentes permanentes, alem de muitos outros problemas relacionados a cavidade oral do eqüino , e o edema no palato na maioria das vezes é apenas um reflexo de um problema em outro lugar .
Uma grande crueldade !!

É comum até os dias de hoje leigos confundido edema que muitas vezes não causa problema algum com travagem ou palatite e instituindo um tratamento cruel que consiste em queimar ou cortar esse aumento de volume do palato ( isso nunca deve ser feito mesmo que seja palatite propriamente dita ) .

Quando for observado alguma alteração no palato ou suspeitar de algum problema relacionado ao emagrecimento, dificuldade de apreensão e de engorda nos cavalos, deve-se antes de qualquer coisa consultar um Medico Veterinário que tenha amplo conhecimento das estruturas relacionadas a cavidade oral e tenha os equipamentos necessários para um exame adequado da cavidade oral .
Somente com um exame bem detalhado da cavidade oral é possível diagnosticar a causa desse aumento de volume do palato e atribuir um tratamento de forma ética e correta .
Dr Alysson Leônidas
Médico Veterinário
CRMV - PB 01205 

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