quarta-feira, 15 de maio de 2013

CDA publica em seu site nota técnica sobre o Mormo


O Mormo é uma doença infecciosa causada pela bactéria Burkholderia mallei que acomete principalmente os solípedes (asininos, muares e equinos) e outros animais como cães, gatos e caprinos. Essa doença pode atacar o homem e levar à morte. No cavalo, os principais sintomas são nódulos nas narinas, corrimento purulento, pneumonia, febre e emagrecimento. No homem, tem 95% de índice de letalidade.
Em decorrência da gravidade da doença, o deslocamento de equídeos (cavalos, éguas, mulas e asnos) está condicionado à apresentação de exame negativo para mormo e atestado sanitário de ausência de sinais clínicos da doença nos animais para a emissão da Guia de Trânsito de Animais (GTA).
A transmissão ocorre pelo contato com exsudatos da pele e secreções respiratórias de equídeos infectados. Usualmente a infecção em equídeos ocorre por ingestão de água ou alimentos contaminados pelos exsudatos/secreções, podendo também ocorrer pela penetração da bactéria em abrasões de pele e mucosas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) o período de incubação varia de alguns dias a seis meses.
A descrição mais comum das formas clínicas do mormo é de acordo com a localização das lesões primárias (nódulos inflamatórios), sendo elas: nasal, pulmonar e cutânea. Também existe a classificação com relação ao curso da doença como: forma aguda ou crônica. Tanto a forma pulmonar como a nasal tendem a ser agudas enquanto a cutânea tem uma evolução crônica. Existe ainda a forma latente na qual os animais são portadores assintomáticos.
Os asininos são mais susceptíveis, seguidos pelos muares, e por últimos os equinos, que possuem maior resistência, manifestando mais comumente a forma crônica da doença.
A forma nasal inicia clinicamente com febre alta, perda de apetite, dificuldade respiratória e tosse. Nódulos e úlceras ocorrem dentro das passagens nasais, resultando em corrimento nasal purulento, unilateral ou bilateral, podendo tornar-se sanguinolento. Pode também ser observado corrimento ocular purulento. Os linfonodos regionais podem estar aumentados e endurecidos, e estes podem sofrer ruptura e supurar.
Na forma pulmonar os nódulos ocorrem nos pulmões e os sinais clínicos observados são: febre, dispnéia, tosse e debilitação progressiva. No entanto, algumas infecções são inaparentes.
Na forma cutânea os vasos linfáticos podem estar aumentados, ocorrendo a formação de nódulos ao longo da cadeia linfática que podem ulcerar liberando um exsudato purulento. Inicialmente, também podem ser observados: febre, dispnéia e tosse.
Os sinais clínicos não são suficientes para um diagnóstico definitivo. Para o diagnóstico definitivo, são reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento os exames: Fixação de Complemento (FC), e o teste da maleína que é um teste complementar a Fixação de Complemento.
Não existem vacinas e o tratamento em equídeos não é recomendado, sendo o animal positivo para Mormo obrigatoriamente sacrificado.
A prevenção e controle do mormo dependem de um programa para uma rápida detecção e eliminação dos animais positivos, com o enterro ou incineração da carcaça, em conjunto com a restrição da movimentação animal, limpeza e desinfecção das instalações, equipamentos e utensílios e a eliminação de materiais contaminados, como cama, alimentos, feno, entre outros, que devem ser queimados ou enterrados.
O homem infecta-se pelo contato com animais doentes e fômites contaminados. A transmissão ocorre por meio de pequenas feridas e abrasões na pele, podendo também ocorrer por ingestão ou inalação. Os sinais clínicos observados no homem são: febre, pústulas cutâneas, edema de septo nasal, pneumonia e abscesso em diversas partes do corpo. A mortalidade em casos agudos da doença em humanos, quando não tratados, é de 95%, e pode ocorrer em três semanas. No entanto, se instituído no início da infecção, um tratamento agressivo com antibióticos sistêmicos, as chances de cura são maiores. A forma crônica com a formação de abscessos também pode ocorrer.

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